sexta-feira, 2 de abril de 2010

2009 - Porto da Folha e Areia Branca

No ano de 2009 o Gravura de Inverno concorreu o programa BNB de Cultura e foi contemplado novamente com o projeto de difusão da arte da xilogravura pelo interior sergipano. Desta vez as cidades beneficiadas foram Porto da Folha e Areia Branca. Dois municípios ricos em diversidade cultural. O primeiro aporta comunidades quilombolas e indígenas, além de possuir uma forte cultura do homem sertanejo. Em Areia Branca, cidade localizada no agreste sergipano, foi impossível não respirar os festejos juninos, pois de forte que é essa cultura para sua comunidade, já foi considerada a Capital do São João em Sergipe. Para o Gravura de Inverno, esta experiência, contribuiu bastante para o desenvolvimento e o processo das oficinas. Participaram cerca de 40 crianças e jovens em cada cidade. Essa diversidade você confere abaixo com fotos das oficinas e exposições, e também de algumas xilogravuras.


Oficina em POrto da Folha


Xilogravura de Helton Henrique - 15 anos


Xilogravura de Izaquiel Alves - 16 anos


Grupo do Gravura de Inverno em Porto da Folha


Oficina em Areia Branca


Encerramento do projeto em Areia Branca


Xilogravura de Alisson Cordeiro - 16 anos

Incisões no Tempo

Em 2008, o Gravura de Inverno, através do grupo de Aracaju, realizou mais uma exposição na Galeria de Arte Jenner Augusto, na Sociedade Semear. Desta vez foram expostas matrizes, em diversas dimensões. Participaram dessa exposição: Ana Carolina / Ana Denise / Cândida Luíza / Cleide Maria / Cris Assunção / Dôra Mendonça / Eládia Sampaio / Elias Santos / G. Aguiar / G. Schulz / Josefina / Kalvero / Lindete Amorim / Lú Aragão / Maria Hortência / Marly / Neuza Josina Sales / Raquel Lima / Sergio Ramalho / Shirley Jacy / Sueli Nielsen / Tânia Alcantara / Vera Oliveira / Vilma Rebouças. O resultado deste trabalho foi registrado em catálogo, distribuído gratuitamente durante a abertura da mostra. Confira abaixo o texto de Elias Santos e algumas gravuras.

INCISÕES NO TEMPO
Por Elias Santos

Não consigo ver na Xilogravura algo artisticamente parado no tempo. Gravar não é tão somente riscar, entintar e imprimir no papel imagens soltas, é ir além da tradição, vivenciando o processo por inteiro. Uma vez dominado esse processo tão somente técnico, devemos mergulhar no mundo invisível do experimental, aí sim, o espírito de quem deseja continuar a fazer gravura deve estar sempre aquecido, atento e aberto para as novas possibilidades sinalizadas pela construção e desconstrução, vivência inerente ao homem, tanto na vida como na arte.
Nesse estágio, devemos aprender a apagar tudo que venha ser internamente ilustrativo, dando lugar às idéias geradas pelo auto imaginário que só o olhar interior pode visualizar. É algo perceptivo que depende muitas das vezes do querer de cada um. Essas idéias nascem da escuridão da mente, cabendo a cada um de nós despertar ou não, podendo ficar onde estamos ou ir além, mergulhando profundamente nas infinitas tramas que formam o universo do labirinto criativo.
Mas não quero aqui falar de mistérios, objetivo criar um diálogo aberto com os participantes do Projeto Gravuras de Inverno (Edição 2008) para que cada dia mais procurem na criatividade respostas para o aumento de suas potencialidades artísticas, e como dizia Oswaldo de Andrade “só não há determinação onde há mistério”.
Então vamos em frente! Não devem existir muros ou terrenos selvagens que não possamos superá-los. Buscar é mais importante do que ficar conceituando e criticando. Devemos sim, vivenciar a velocidade e as transparências das coisas que chegam até nós. E isso é merecimento. Não desejamos um mundo flutuante sem mobilidade, queremos é pisar firme como um “treme terra” voltado para a expansão da criatividade.
Hoje, o Gravura de Inverno é um movimento coletivo, representante voluntário para o resgate e difusão da Xilogravura no Estado de Sergipe, pois ter sido contemplado no BNB de Cultura do Banco do Nordeste Edição 2007/2008 não foi um acaso. E nesses últimos quatro anos de sua existência, mais de 600 pessoas já experimentaram a arte da xilogravura nas cidades de: Laranjeiras, Moita Bonita, General Maynard, Própria, Carmópolis, Itabaiana, Glória e Aracaju.


Capa do catálogo - arte de Ivan Masafret


Gravura de Marly Freitas


Gravura de Neuza Sales